Nesse contexto quais seriam os graves problemas gerados por manter uma classe com tantos privilégios e não produtiva? Podemos começar do começo e é o que vamos fazer.
Em uma economia, na qual os equilíbrios são importantes para a manutenção de um mercado saudável e uma população consumindo com uma vida com o mínimo de conforto precisamos ter empregos e estabilidade financeira. Todos aqui conseguem entender essa premissa simples, pois ninguém consegue viver sem saber como vai estar sua vida amanhã. Dessa forma, qual a perversidade de uma economia "estatizada" como a nossa? A reposta é simples: a dívida. Trazendo para o nosso problema, temos que diferenciar uma coisa: PIB é diferente de arrecadação. Então, existe um dinheiro, gerado por impostos, que financia a máquina pública e é um valor limitado. Assim, essa quantia é utilizada para manter a máquina estatal, servidores, prédios, etc, além de investimentos no país, pagamento de benefícios e tudo que envolva a suposta gratuidade, grande balela, pois não há lanche grátis.
Dessa forma, o custo da máquina estatal não está relacionado com a eficiência do serviço, apenas com o custo do serviço. Atualmente, segundo a reportagem http://goo.gl/0eqoxQ, temos um gasto, para o ano de 2012, de R$ 377,6 bilhões, de custeio e R$ 108,7 bilhões de investimento, enquanto a arrecadação foi de R$ 1,029 trilhão, http://goo.gl/O3G9xK. Isso significa que de todo o dinheiro que o governo arrecada 36,7% é para pagar estrutura, ou seja, basicamente pessoas, prédios e custos operacionais.
Esse é o ponto importante, em um país onde os serviços são porcos, a eficiência é baixíssima e o gasto muito alto. Consequentemente o cidadão comum, inclusive os pobres, devem pagar impostos altíssimos e pagar pelos mesmos serviços virtualmente incluídos nos impostos como: escolas, plano de saúde, segurança privada, etc. Por consequência temos um paradoxo, como diminuir impostos, tendo que pagar uma estrutura engessada tão cara? Fácil, aumentando a eficiência, privatizando setores de mercado e demitindo servidores públicos em excesso. Só que para isso teríamos que tirar muitos privilégios desse mesmos empregados e entramos em rota de colisão com a indecente estabilidade. Então, o pagamento de funcionários públicos se torna uma prisão para o estado, pois a cada novo concurso teremos mais desses, que estarão protegidos até da sua própria incompetência simplesmente por causa de uma lei, e o inchaço do estado se torna uma via de mão única. Para pagar isso tudo o BACEN vai mandar imprimir dinheiro e o resto a gente já sabe.
Da para imaginar a merda que isso vai dar no limite. Dívidas públicas altas impedindo uma diminuição de impostos, pobres com consumo limitado, ricos sendo sobretaxados para manter o equilíbrio das contas e investindo menos em empresas consequentemente gerando desemprego no mercado, mais burocracia, e em um futuro próximo, quando a crise aumentar é só você ler sobre Grécia e União Européia que irão entender, olhem especialmente a taxa de desemprego da Espanha e Grécia. Todo esse sistema irá ruir. Nesse ponto pode chegar algum jovem com a camisa do Che Guevara perguntar: "- Mas os pobres não irão passar fome por causa dos benefícios sociais e o governo do PT tirou 30 milhões da pobreza.". Meu caro, a resposta é simples. Quem você acha que paga esses benefícios? Impostos e estado. E a inflação de preços consequente desse processo? Todo mundo com dinheiro sem valor. Em uma situação de crise generalizada da economia você acha que quem vai se dar mais mal? Faça um esforço mental.
Aderson Lucas